domingo, 28 de março de 2010

É que eu ainda me lembro, das primeiras lágrimas que eu derrubei por alguém. Do primeiro sentimento, que floresceu dentro de mim, e quando eu achei que nunca me conformaria com aquela perda, e quando eu pensava que sofreria pra sempre, e quando eu pensava que não existia amor como aquele. Quando eu chorava, desesperada por aquele sentimento. E aí, o tempo passou, e todo aquilo ficou só na lembrança, sem nenhuma mágoa ou ferida que me impedisse de seguir. E eu não digo que eu tenha me enganado. Eu me envolvi, sim, eu me apaixonei, eu sofri, mais eu me conformei, e me esqueci.

Aí, apareceu outra pessoa, que me fez querer morrer, que me fez sofrer, cada minuto que eu passava e ela não estava comigo. Que me fez sentir o gosto amargo, da desilusão. Chegou como um furacão estraçalhando qualquer tipo de sentimento que ainda pudesse existir dentro de mim. E me largou lá, acabada, despedaçada, sem rumo ou direção nenhuma pra seguir. E lá, eu fiquei, sem nenhum sonho, nenhuma ilusão, nenhum sentimento, NADA, além de pedaços de um coração que um dia se permitiu acreditar no amor. Agora, eu o via dizer a mesma coisa que você me dizia, pra outra pessoa. Agora eu o vejo sofrendo, o mesmo que você sofria por mim, por outra pessoa... E fico sem entender, se é realmente possível você amar e “desamar”, e amar de novo, e “desamar” de novo com tanta facilidade. Me explica? Como faz. Porque eu venho tentando acreditar que um dia alguém vai chegar e colar todos os pedacinhos que sobraram de mim, e me refazer, refazer meus sonhos, meu brilho que eu tinha.. Porque até lá, eu continuo aqui, no mesmo lugar. do mesmo jeito que você me deixou, assistindo você passar pela nossa história do mesmo jeitinho, de novo, com outro alguém. E vai fazer um ano, que eu venho tentando me acostumar com a sua ausência. E ainda é tão difícil. E dói tanto, só de pensar que ainda estou sofrendo pela mesma pessoa, todos os dias. De pensar que ninguém que passou pela minha vida depois de você, conseguiu me mostrar de novo nem ao menos uma luzinha de esperança. Porque eu não me permiti, me entregar de novo, a mais ninguém que pudesse me destruir assim. Talvez porque eu não esteja inteira, talvez porque uma parte de mim esteja morta...
E hoje eu vejo pessoas indo, e vindo. Se apaixonando, e re-apaixonando. E eu não entendo o que elas sentem, ou se elas não sentem... ou se sou eu que sinto demais.

Áurea M.

É que eu não quero que a minha felicidade dependa de NINGUÉM, além de mim mesma. É que eu não quero que ninguém seja dono dos meus pensamentos, das minhas angustias, das minhas preocupações e dos meus sentimentos. É que eu quero ser a pessoa mais importante do meu mundo. Eu não quero ninguém invadindo minha mente, meus sonhos e minhas ilusões. Eu quero que meu pensamento seja meu e de mais ninguém. Eu não quero me preocupar com o que passa na sua cabeça, com quem faz você sorrir. Eu não quero escrever sobre ninguém, além de mim mesma. Porque tudo tem que sempre ser pra alguém? Por que sempre tem que ter alguém que seja meu mundo, além de mim mesma? Eu quero ser LIVRE de qualquer corrente que me leve a você. Eu quero me libertar de qualquer coisa que me prenda a alguém, além de mim mesma. Eu quero que tudo na minha mente seja sobre mim, eu quero viver pra mim, e pra mais ninguém. Egoísmo? Talvez... Mas eu preferia chamar de amor PRÓPRIO!


Áurea M.

segunda-feira, 8 de março de 2010

" Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa."




sábado, 6 de março de 2010

"o essencial é invisivel aos olhos"

Então você, que mal sabe quem é, julga meus passos, incertos; meu caminho, devastador. Julga meus olhos, julga minha face, julga minha mente ao olhar esta imagem que reluz tão pouco de nada. Então eu, que tão pouco me conheço, passo a desconhecer-me. As suas palavras me dizem quem eu sou, o que devo e o que desconheço. Mas quando meus olhos se fecham e nada mais eu posso ver, eu me lembro do que eu sinto. Aquilo que não transmito, que eu não provo, que eu não falo. Mas eu sei, e essa certeza só pertence a mim.

Áurea M.