segunda-feira, 5 de abril de 2010

Eu me desfaço, e me refaço com a mesma intensidade. Mais é muito mais fácil cair, do que subir de novo. Subir cansa, dói, machuca, faz sentir vontade de desistir e permanecer lá embaixo, faz sentir vontade de chorar, faz a gente pensar que não vai chegar nunca, mais chega! E quando chega, lá no topo, a gente olha pra baixo e vê que nós somos capazes. E quando, lá no topo, a gente olha envolta, a gente percebe que tudo valeu a pena. Que todo esforço tem seu pagamento. Porque é no topo que fica tudo aquilo que a gente sonha, tudo aquilo que a gente quer viver. Eu to tentando subir, e não é fácil. Muitas vezes eu pensei em me jogar, e permanecer lá no fundo, mais é escuro.. então eu olho pra cima, pra, e me encho de esperança, e subo..........

Áurea M.

domingo, 28 de março de 2010

É que eu ainda me lembro, das primeiras lágrimas que eu derrubei por alguém. Do primeiro sentimento, que floresceu dentro de mim, e quando eu achei que nunca me conformaria com aquela perda, e quando eu pensava que sofreria pra sempre, e quando eu pensava que não existia amor como aquele. Quando eu chorava, desesperada por aquele sentimento. E aí, o tempo passou, e todo aquilo ficou só na lembrança, sem nenhuma mágoa ou ferida que me impedisse de seguir. E eu não digo que eu tenha me enganado. Eu me envolvi, sim, eu me apaixonei, eu sofri, mais eu me conformei, e me esqueci.

Aí, apareceu outra pessoa, que me fez querer morrer, que me fez sofrer, cada minuto que eu passava e ela não estava comigo. Que me fez sentir o gosto amargo, da desilusão. Chegou como um furacão estraçalhando qualquer tipo de sentimento que ainda pudesse existir dentro de mim. E me largou lá, acabada, despedaçada, sem rumo ou direção nenhuma pra seguir. E lá, eu fiquei, sem nenhum sonho, nenhuma ilusão, nenhum sentimento, NADA, além de pedaços de um coração que um dia se permitiu acreditar no amor. Agora, eu o via dizer a mesma coisa que você me dizia, pra outra pessoa. Agora eu o vejo sofrendo, o mesmo que você sofria por mim, por outra pessoa... E fico sem entender, se é realmente possível você amar e “desamar”, e amar de novo, e “desamar” de novo com tanta facilidade. Me explica? Como faz. Porque eu venho tentando acreditar que um dia alguém vai chegar e colar todos os pedacinhos que sobraram de mim, e me refazer, refazer meus sonhos, meu brilho que eu tinha.. Porque até lá, eu continuo aqui, no mesmo lugar. do mesmo jeito que você me deixou, assistindo você passar pela nossa história do mesmo jeitinho, de novo, com outro alguém. E vai fazer um ano, que eu venho tentando me acostumar com a sua ausência. E ainda é tão difícil. E dói tanto, só de pensar que ainda estou sofrendo pela mesma pessoa, todos os dias. De pensar que ninguém que passou pela minha vida depois de você, conseguiu me mostrar de novo nem ao menos uma luzinha de esperança. Porque eu não me permiti, me entregar de novo, a mais ninguém que pudesse me destruir assim. Talvez porque eu não esteja inteira, talvez porque uma parte de mim esteja morta...
E hoje eu vejo pessoas indo, e vindo. Se apaixonando, e re-apaixonando. E eu não entendo o que elas sentem, ou se elas não sentem... ou se sou eu que sinto demais.

Áurea M.

É que eu não quero que a minha felicidade dependa de NINGUÉM, além de mim mesma. É que eu não quero que ninguém seja dono dos meus pensamentos, das minhas angustias, das minhas preocupações e dos meus sentimentos. É que eu quero ser a pessoa mais importante do meu mundo. Eu não quero ninguém invadindo minha mente, meus sonhos e minhas ilusões. Eu quero que meu pensamento seja meu e de mais ninguém. Eu não quero me preocupar com o que passa na sua cabeça, com quem faz você sorrir. Eu não quero escrever sobre ninguém, além de mim mesma. Porque tudo tem que sempre ser pra alguém? Por que sempre tem que ter alguém que seja meu mundo, além de mim mesma? Eu quero ser LIVRE de qualquer corrente que me leve a você. Eu quero me libertar de qualquer coisa que me prenda a alguém, além de mim mesma. Eu quero que tudo na minha mente seja sobre mim, eu quero viver pra mim, e pra mais ninguém. Egoísmo? Talvez... Mas eu preferia chamar de amor PRÓPRIO!


Áurea M.

segunda-feira, 8 de março de 2010

" Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa."




sábado, 6 de março de 2010

"o essencial é invisivel aos olhos"

Então você, que mal sabe quem é, julga meus passos, incertos; meu caminho, devastador. Julga meus olhos, julga minha face, julga minha mente ao olhar esta imagem que reluz tão pouco de nada. Então eu, que tão pouco me conheço, passo a desconhecer-me. As suas palavras me dizem quem eu sou, o que devo e o que desconheço. Mas quando meus olhos se fecham e nada mais eu posso ver, eu me lembro do que eu sinto. Aquilo que não transmito, que eu não provo, que eu não falo. Mas eu sei, e essa certeza só pertence a mim.

Áurea M.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz perenizada.


[Vinícius de Moraes]

28 de fevereiro


Com dificuldade, ela abria seus olhos. Seu quarto ainda se encontrava escuro, a janela tampava qualquer luz que pudesse interferir naquele momento. Lágrimas confundiam a sua visão, ela sempre acordava com lágrimas. Permaneceu imóvel, na mesma posição. Deitada, observava a mesma cena de todos os dias. A imagem que se refletia no espelho a assustava, e como todos os dias, ela passara alguns minutos a encarando. Depois, apertava os olhos e tentava esquecer... Era o estranho sentimento de vazio, que preenchia o quarto inteiro. Seu peito doía, lá no fundo. Porque tinha que acordar todos os dias? Ela tinha o pequeno desejo de permanecer dormindo, pelo menos até que nada mais a atormentasse. Mas aí, parava pra refletir sobre esses pensamentos, que lhe causavam medo, dela mesma... Mas ela ia se recompondo, aos poucos, era isso que lhe restava para poder levantar todos os dias.
Procurando algum motivo que lhe dessa vontade de sorrir, ela disca o único numero, que havia em sua lista de chamadas. depois de alguns toques, uma voz rude e grossa atende. ela respira fundo.. e desliga. enterra a cabeça no travesseiro, e deixa as lágrimas rolarem.. ela só precisava que alguém lhe desejasse um bom dia, porque ela sabia que aquele dia não seria muito fácil. tudo certo, tudo bem, ela pensava. ela se levantou, e foi até o banheiro lavar seu rosto. Mais uma vez, parou pra observar a imagem sobre o espelho... fechou os olhos, encostada sobre a pia, e se recompôs......

Áurea M.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"O Pequeno Principe"

Olhe para as estrelas,


[...] olhe como elas brilham por você,
e por tudo o que você faz [...]
você sabe? você sabe o quanto te amo.
eu atravessei o oceano. eu superei barreiras por você.
Eu tracei uma linha, estabeleci meu limite, por você.
Eu progredi, eu escrevi uma cançao por você.
Então.. Eu esperei minha vez [...] ♪

Cold Play

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E mais uma vez [...]


Aquela velha cena; ela caminhava sozinha de volta para casa com lágrimas nos olhos. Mais uma vez, a mesma sensação. Era como se depois de tanto andar, ela continuasse no mesmo lugar. Ela estava cansada, era longo o caminho e não tinha fim. Quando ela olhava em volta, tudo estava igual. Ela estava perdida, tantas decepções haviam lhe confundido a visão. O problema todo, era que ela não podia se afastar dessa pessoa que tanto lhe fazia mal, que tanto a machucava e lhe decepcionada, por que essa pessoa, que ela mal reconhecia era ela mesma. E Isso lhe causava enjôo. Ela não conseguia ir a lugar nenhum. Isso lhe causava ódio. Doía. Pensar em que não tinha progredido com seus erros, como todos sempre lhe diziam que iria ser.. mas isso não era novidade nenhuma, afinal ela sempre escutava ouvir falar de um mundo, que também não era exatamente como diziam. Doía, saber que ela estava cansada, e não havia nada para a motiva-la a mudar essa situação. Quando ela achava que tinha se encontrado, ela voltava para o mesmo lugar, e repetia tudo de novo, exatamente com antes. E no final, quando ela pensava que tinha chegado, ela percebia que todo seu caminho não a levara a lugar nenhum, que tudo havia sido em vão. Ela só queria poder sumir, pra onde não existisse nada. Por que talvez lá, nada mais tivesse importância.
Áurea M.